sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Compacto. (um fino, um raro)

Um bloco de notas, por favor.
Era tudo que eu precisava naquele instante,
precisava sentir o branco, enveredar minhas idéias exatamente ali.

Busquei no silêncio o meu portal
que me expande sempre um universo que ninguém pode dizer,
um senhor monstro parado, intactamente improvável.
Prontamente para surtir efeito

E do que é que você tem mais medo?
Moro numa cidade que é certo
que um pouco de tudo sempre tem,
inconsoláveis e psicopatas no mesmo vagão de trem

Eu nem prestei atenção,
só podia notar aquele belo par de oculos escuros,
que por pouco não gritei e não chamei,
só deixei de ser e pedi:

Um bloco de notas, por favor.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

desgasto.

Por horas este vazio,
que sinto arder,
um zum no ouvido, dolorido.

Eu nem sei dizer,
quanto mais explicar para você.
Mas sei que sinto, queima
e me diz que esse não é o caminho.

Quantos sonhos estranhos para uma noite...
e olha que eu nem dormi,
E quantos dilemas para uma vida...
e olha que eu mal vivi.

Porque temos a mania de acharmos que carregamos sempre o maior dos fardos?
Tudo bem, não precisa explicar,
o que eu também não sei dizer.